segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Numa manhã ensolarada e agradável eu ainda me assusto com essa tal capacidade de desejar imensamente ouvir uma canção que condiz exatamente com o que me rodeia. Eu realmente não sei como encarar isso; poderia ser isso algum fenômeno espiritual ainda sem nomenclatura adequada ou um desespero crescente de alguém que se conhece demais pra aceitar o que quer?
Confesso que sempre me considerei irritante por esta constante incapacidade de ser constante, e mais ainda pela indefinição. Se ter pressa é tudo que não devo ter, por que parece tão errado fazer o contrário? Se não consigo evitar as escolhas, por que avaliar prós e contras me leva a uma perda insuportável? Se não é possível ter tudo, por que o oposto parece tão concreto? Se o que tem que acontecer acontece, como saber que já aconteceu? 
Creio que seja tudo uma questão de medo do que cada coisa possa significar para quem quer que seja. Creio que o presente seja assustador ou descontentador demais para esperar pelo que vem. Creio não crer em quase nada disso. Um dia acordei com uma pressa de não sei para quê e uma indisposição para ser e argumentar. O simples ato de pensar não me parece valer o cansaço que me causará e ninguém parece entender a inevitabilidade deste pessimismo que quer ser um otimismo.