domingo, 31 de julho de 2016

Hoje a covardia não pode mais ficar. Tentei fugir da tristeza o quanto pude, mas não posso fugir da imaturidade que estes 24 anos ainda me asseguram. Mudei seguramente de caminho porque depois de ter sido profundamente ferida não teria motivos para prosseguir com o idealismo, mas, tal qual uma criança, não sei nem quero enfrentar esta hostilidade. Agora sinto falta dos braços maternos que antes podiam me proteger de tudo. Sinto falta da ansiedade que não podia esperar pelo primeiro dia letivo. 
Não sei ser apreciada. Sei preencher fichas, sei chegar no horário, sei corrigir atividades, mas não sei ser querida. Não faço ideia de como fingir que gosto de pessoas; a sinceridade sempre me colocou em situações complicadas. Me irrita perceber que, apesar de ter prometido que não mais o faria, seco lágrimas pelo mesmo lugar. Não tenho disposição suficiente para analisar porque fiquei tão exposta emocionalmente, só sei que estou abandonada em lugar nenhum. O que mais posso dizer? Tenho medo de todos eles. 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Vou hoje usar este espaço de forma bem egoísta. São as lições que mais têm me ensinado e eu, que sempre fui boa estudante, decidi colocar o que aprendi em prática. Contudo, antes de me dedicar a este tópico, não posso deixar de gritar o quanto o processo de passar a não me importar finalmente alcançou avanço. Admito que há algo de prazeroso nisso de ter novamente uma revelação sobre mim mesma e de poder mais vez ter na escrita a chance de esvaziar estas frustrações que se estenderam de outros conflitos emocionais da adolescência para o previsível cotidiano desta ocupação. 
Tenho a mim mesma? Neste momento, sim. Sem saber porque todas estas informações sobre diferentes categorias são necessárias, mas sim. Persiste a preguiça, o cansaço. Talvez porque eu tenha sempre me entediado com a previsibilidade. Se nada pode ser feito por algo, não há nada que eu possa fazer. Por que me importar? Esta sou eu assumindo que acredito mesmo que o que não tem remédio, remediado está. Sabe qual é o problema disso tudo? Eu costumo ter paixão pelas coisas. Realmente me entusiasmo. Tenho ideais. Até não ter mais. E não sinto culpa quando isso acontece. Sou a mais atingível de todos, até ser completamente impermeável. Tenho plena consciência do quão egoísta isto é, mas uma vez feito, não há como voltar. 
Uma vez alguém disse que o tal não pode comprar amor, e uma outra pessoa falou que não é sobre este tal, mas tudo é sobre ele. Não se trata de fazer o que se deve fazer, mas de manter quem o tem por perto, ainda que haja incoerências. Pessoalmente, não tenho muito o que dizer sobre ele, a não ser que me rendo. Continuarei acreditando que há coisas mais importantes do que ele e tendo uma mínima gota daqueles ideais que mencionei, mas sem mais lutar. Não me sinto interessada em insistir quando a derrota é iminente. Assim sendo, escolho o outro extremo e dou a perfeição a todos. 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O quão tarde pode ser para responder algo? Tarde o suficiente para que novas questões tenham surgido. Sempre foi o tempo, de uma forma ou de outra, mas há uma surpresa. A melancolia já não é mais como antes. Mais intensa, porém menos duradoura. Muito mais intensa, mas obrigada a acabar por temer o pior. Como se um luto de um ano pudesse durar menos de 72 horas. Seria por causa da idade? Talvez funcione assim quando a vida começa a ficar séria: a responsabilidade consigo mesmo acelera tudo na vida, como se cada meta fosse um boleto com um vencimento bem explícito. Sempre pago minhas contas, certo? Por que pagaria juros agora? Avancemos, então. Alguma certeza? Umas poucas. O pessimismo pode nos fazer prever algumas coisas, isso não podemos negar. E quanto ao resto? Continuo suspeitando bastante daqueles que sabem exatamente o que estão fazendo, já que eu meio que estou seguindo em frente, meio que entendendo o que está acontecendo, meio que tentando ser feliz, ainda que meio sem saber o que seria isso propriamente. Vou tentar? Sim. Apostar muito? Não mesmo. Acho que só não quero me preocupar muito.Quem sabe eu enlouqueça um pouco? Ou talvez seja isso que alguns chamam de espontaneidade. Não quero sentir esta divisão tão intensamente. Não quero escolher tão bruscamente. Não quero mais me abandonar. Não quero mais sentir o tempo passar assim. O verbo é tentar.