quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Tenho então a permissão de me avaliar. Há quem acredite que serei capaz de fazê-lo usando os mesmos critérios que uso com os outros. Não é fácil, porém não menos difícil do que viver com culpa. Tornar-se prioridade parece ser um caminho sem volta. Com muitas das mesmas pedras, mas posso reconhecer quais já vi e o que me causam. Posso escolher.
Não preciso lidar com o imutável, tampouco me responsabilizar por isso. Preciso de muitas outras coisas que sequer são cogitadas por outros e é isso que sou. Vejo, sinto, percebo. É algo meu e muitas vezes não será possível compartilhá-lo. Tenho a limitação do outro, porém conto com essa mesma percepção para decidir quem é o outro. Posso escolher. 

domingo, 7 de junho de 2020

Sempre parece que nado contra a corrente. Pareço ser a única a sentir falta, então questiono minha percepção. Reconhecer que posso estar um pouco mais abaixo é um avanço, mas não diminui a dor. Continuo questionando o valor da minha presença pois aparentemente sempre há algo mais importante a se fazer. Sim, sei que não é unilateral, que há algo a mais. Mas então pergunto: só eu realmente sinto falta? Como parar de querer?

quinta-feira, 26 de março de 2020

Há tanto se passando agora e parece quase impossível separar uma coisa da outra. Eu quero me sentir leve, perder um pouco a coordenação dos meus movimentos. Irônico, não? Diria que incoerente. Me esforço tanto para estar em todos os papeis executando todas as atividades. Não consigo confiar e me canso. Quero rir sem saber o motivo. As listas parecem inúteis e assusta pensar no quanto tenho acreditado nelas. Será que consigo simplesmente fechar os olhos e apreciar o nada? O que aconteceria além do que já aconteceria? Devo mesmo fazer alguma diferença? Creio ter direito à ausência. Devo isso a mim mesma. Quero esquecer que horas são. Será que consigo ser adimplente nisso também?