terça-feira, 21 de dezembro de 2010

   Eu queria tanto fazer algo incrível por ti. Queria tanto dizer algo que te fizesse perceber o quanto eu gosto de ti. Queria te dizer que eu não acreditava que fosse possível se conquistar alguém, até que não mais possuía meu coração. Eu queria te abraçar com a força do pensamento. Queria teus lábios aqui, comigo. Queria conseguir parar de não querer parar de pensar em você. Ou será que não queria? Acho que não. É tão bom mesmo. Sempre fui insaciável mesmo. É, sou insaciável. Sempre te quero mais. Mais mesmo quando estou completamente contigo. E quero mais de mim pra poder ter mais de ti. Porque você une as dualidades que existem em mim. Você me deixa eufórica, ao mesmo tempo em que me protege com um olhar. Eu acho que te adoro, sabe? Sempre tive problemas com definições, não sei se você sabe. Mas todas as noites eu me pergunto o que sinto por você. Falta palavra. Sobram sensações. E eu acabo adormecendo sorrindo. Por você. Aquele sorriso de criança, sabe? Sincero, profundo, verdadeiro, contagiante. Como você, obviamente. O sorriso é tão especial que quero sorrir do meu sorriso. Sorrir por você. Se você é minha droga, eu o digo: o primeiro efeito imediato é o sorriso. E deve ser por sua causa mesmo; é tão intenso, incontrolável. Você é muito pretensioso mesmo, sabe? Nem me deixa processar sua presença. Já me vence assim, imediatamente. Um pouco injusto, não acha?

domingo, 5 de dezembro de 2010

E se eu não for o suficiente a mim mesma por hoje? Você entenderá que me fez ultrapassar o que até então eu compreendia como meu limite?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Não gosto de ser forçada a desafios. Não gosto de ter muita boa vontade e nenhum recurso. Não gosto de sentir uma parte de mim se omitindo apenas para manter as aparências. Eu gosto é da transparência assim como esta sempre me serviu. E também curto uma pequena revolução descompromissada. Por que você não vê que estou aguentando apesar de não aguentar mais? Não estou no meu limite e você deveria agradecer. Não pretendo lhe deixar nem lhe esquecer. Eu lhe amo mesmo quando não quero e quase sempre estou esperando suas desculpas. Por que eu devo estar ferida como você está? Posso chorar quantas vezes você quiser e ainda estaremos em níveis diferentes. Às vezes penso que sem eu lhe ignorar de vez em quando nossa relação seria um tanto complicada. E eu não suporto mais as limitações que me são impostas. Uso pouco do que tenho, mas quero que este pouco esteja disponível e ao meu alcance. Não sangrarei apenas para acompanhá-la. Sinto muito por não sentir muito.

domingo, 12 de setembro de 2010

Há uma imensidão neste instante em que me permito lhe observar; toda uma vida passa por mim sem que eu tenha decidido se de fato o desejo. É óbvio que você não tem o direito de saber o que eu construo por você; essa atmosfera é minha e eu me recuso a dividi-la. Ou talvez eu fosse capaz. Não sei. Conhecer minha influência sobre meu próprio sofrimento nunca me salvou completamente.
É verdade que amar também nunca me curou de nada além do próprio amor, mas se eu não mergulhar na fluidez da sua presença por simples capricho terei de suportar a estabilidade desses meus redundantes conflitos. Você não seria capaz de imaginar o quanto tive que lhe re-inventar por dias; para cada momento eu tinha que buscar algo que se apropriasse a você também, pois era eu quem te mantinha parte certa de mim. 
E eu fui incapaz de notar que lhe tornei tão estável quanto eu; tudo havia sido associado como um só. E não fora eu quem sempre se dissera individualista? Tive medo de continuar um raciocínio que se completara antes que eu chegasse ao meio: Eu era egocêntrica demais para amá-lo sem que você fosse uma ramificação de mim mesma; uma nova versão. Tudo sempre parece uma grande invenção minha.
E talvez eu tenha mesmo inventado tudo; conheço minha capacidade de criar e de ser auto-indulgente. Era perfeito demais; até os defeitos eram devidos. Mas eu tive testemunhas oculares! E eram testemunhas capazes de se portarem de forma imparcial! Elas eram sim! Na verdade, elas sempre são e jamais me impedem de desmoronar num mundo de mediocridade interior. Sempre me sinto descartável a mim mesma depois de chegar próxima da óbvia realidade. Claro que sei que existe um pouco de prazer nisso tudo; eu adoro estar certa sobre meu pessimismo.
Sou capaz de me orgulhar de meu fracasso e agora também sou de admiti-lo. Talvez seja notável minha sinceridade comigo mesma. Talvez também seja notável que minha solidão, puramente estabilizada, traduz-se num relacionamento que tenho comigo mesma. Acho que daí vem a dualidade de tudo, as oposições que geram conflitos que me distraem e geram toda uma trama que não me permite emergir.
Eu não me orgulho de me orgulhar disso. Na verdade, tento não pensar em mim com frequência e esta tentativa só causa o efeito contrário. Tanto que ia ser sobre você esse texto; sobre o quanto sua ausência me deixara vulnerável a tudo, sobre a beleza que você trazia a tudo. Acabei por... Ser eu mesma.
Acabo por concluir que tendo sido invenção ou não, lhe amar fora o sentimento que mais me consumiu e por isso as consequências extremas. O que fazer se era justo que sua ausência me machucasse como sua presença me... ? Não, ainda não fui capaz de encontrar o verbo para expressar o que eu sentia. 
Acabo por ficar comigo mesma. Mais uma vez.
E sabe o que eu decidi? Que não preciso de definições alheias: Eu lhe amei! Entenda como quiser, querido.

domingo, 5 de setembro de 2010

Acho que neste momento estou apta a admitir o quão egocêntrica sou. Talvez seja a melancolia típica de domingos, ou a inevitabilidade que minha sinceridade atingiu. De uma forma pouco sensata, desejo agradar somente a mim mesma, apesar de julgar isto pouco provável. O que fazer quando tantos períodos compostos tornam-se meras interjeições? Sinto a arrogância de minhas palavras no momento em que as expresso com mais arrogância. É verdade que sempre me senti atraída por extremos, mas pensei tê-los restringido a algumas categorias. Também é verdade que tenho que lidar com o fato de não ter nada com que lidar. Acho que não me faço bem.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Não sei quando minhas contradições me permitirão argumentar em minha própria defesa. Continuo sendo eu e o oposto de mim mesma simultaneamente sem poder ou querer controlar isso. Talvez eu só esteja tentando lhe desintegrar até que você perca o meu sentido. Talvez eu só queira que você conheça sua parcela de culpa na minha ausência em sua vida. É, nem pronomes nos conectam mais. Possessivos e pessoais autenticam o que se consumou. Devo eu parar de escrever sobre você? Devo eu parar com os advérbios extremos ao me referir a você? Nunca. Qualquer hipérbole sempre será eufemismo ao descrevê-lo.

domingo, 4 de julho de 2010

Poupe-me de você por hoje, por favor. Sem ressentimentos ou desentendimentos. Não to afim de me render à sua capacidade de me vencer apenas com sua presença. O que fazer com o fato de eu ter certeza de que tão mau esteja meu humor, tão permeável a você ele estará? Acho que só posso me render, ainda que parcialmente; ainda que em segredo.

sábado, 26 de junho de 2010

Milhares de figuras incomodam e trapaceiam minha óbvia prolixidade e não há quem se atreva a pedir por uma explicação. Talvez eu tenha me cansado das explicações, definições e discussões. Não é que eu tenha perdido informações importantes ou deixado de pensar. Sei que penso mesmo quando não estou pensando, já que a única coisa capaz de me distrair de um pensamento é pensar. Eu apenas dei um tempo em teorias que me distanciam da realidade; da minha realidade.

A minha imagem dividida e fragmentada uniu o que eu jamais quero admitir até admitir. É claro que ainda acredito nos meus defeitos, mas já não conheço seus limites ou conseqüências. Já não sei se eles me deixariam fazer de você algo tão apropriado para mim. Sim, continuo falando sobre você. Falo de você porque você permanece sendo você mesmo depois de eu ter dito que você não é mais.  Com tudo que eu juro não jurar mais, remeto a você sempre que algo parece irresistivelmente bom.

Apesar da culpa que não me incomoda, eu não gosto que alguém me faça comparar os efeitos causados sobre mim. Obviamente aprendi a me manter segura, mas isto não significa estar longe de todos os perigos. Uma vez atento ao previsível, se ganha a confiança necessária para ficar vulnerável ao imprevisível. 

Por mais que eu pareça ter perdido completamente a noção do que falo e até do que ouso concluir, eu ainda observo pouco de mim apreciando o descuido. Talvez eu esteja me importando com o fato de que já não me importo mais com o que eu penso de mim.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Você não me entende porque busca sentido e lógica onde existem apenas sensações e percepções.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Minha vontade concreta é o abstrato. Minha vontade abstrata é fazer tudo que sinto concreto. Meu sonho é devaneio construído pelo vento que entra pela janela de um ônibus. Minha paixão é característica pronta para ser ativada. Minha escrita é incoerente com os padrões e até comigo mesma. Meu livro tem várias páginas em branco já viradas. A música desprende meu corpo de minha alma, tornando qualquer suspiro um pouco de arte. Arte porque contém vida. Arte porque contém paixão. Arte porque rebusca você. Você, sinônimo de prazer e satisfação. Eu, com poucas covardias e muitas datas. Saberia você tudo que já fiz desde o último abraço? Saberia eu que talvez você não seja mais aquele você? Que eu simplesmente posso ter você? Nada nunca fez sentido e jamais fará. 
Minha mania é a felicidade. Meu fracasso é a sedução. Minha mentira é a mentira. Minha saudade é a palpitação. Palpitação que deveria me orgulhar e me envergonhar. Palpitação que me conduzia a você que não existe mais. Você, o passado mais belo e perigoso de todos. Você, o presente ausente de futuro.