quinta-feira, 20 de abril de 2017

Não tomei café. Talvez tenha ingerido mais chocolate do que deveria, mas nenhuma gota do amargo líquido. Me dei conta de que havia, tempos atrás, guardado algum sentimentalismo para esta necessidade urgente de ser e de fazer o que precisa e até o que não precisa ser feito. Sei que preciso me organizar e traçar metas simples, mas sei que também preciso me permitir um pouco. Não tenho sido desde sempre quem determina a hora de seguir e de parar? Me percebo em diferentes estágios, buscando ajuda desesperadamente e, ao mesmo tempo, deixando a vida seguir. Tenho sentido um pouco de vergonha. Tenho desconfiado de tudo e de todos, inclusive de mim mesma. Não sei se esta vergonha é minha. O quão melhor quero realmente ser?
Tenho estado mais vulnerável. Frustrada, alegre, triste, simpática, irritada, impaciente. Não quero mesmo estar muito rodeada por pessoas, apesar de querer. Simplesmente não consigo me sentir satisfeita. E fico irritada com minha insatisfação. Não sei se preciso de algo, mas sei que não sinto vontade de interferir no que me rodeia. Hoje, pela primeira vez em quase uma década, não cogitei vê-lo. Não há ressentimento, apenas inércia. É apenas sobre mim. Eu só vim para ser resgatada, protegida, envolvida, ainda que por algo que existe somente para mim. Meu coração bate cada vez mais alto, me incomoda, me desespera. Eu recolho as poucas virtudes que sobraram de mim num esforço gigantesco e espero que se acabe. Honestamente, não sei o que quero.