sábado, 18 de outubro de 2014

Essa tal de insatisfação sempre se faz presente não importa onde seja. E eu, que do quatro sempre tive certeza, me encontro nos extremos do um dividindo o imenso entusiasmo da estabilidade com o desespero pelo desconhecimento do depois. Ultimamente parece ser tão cedo e tão tarde ao mesmo tempo para encontrar uma resposta, sabe? Sei que procuro motivos para que tudo se torne mais difícil, mas como saber o que de fato devo fazer? Sempre as expectativas e os planos infalíveis. Sempre as frustrações que jamais podem ser desfeitas. Por que tanto medo? Por que não apenas escolher? Por que o certo parece errado e o errado parece certo? Por que há algo que parece errado e/ou certo? O que é o errado? Será que tenho tempo para tudo isso? Será que devo me importar? Será que consigo me aceitar? Voltarei mais tarde para responder.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Acho que esta não é uma manhã para eufemismos ou filtros. Dói e dói muito, e creio que já me mantive muito alheia a tudo isso. A ausência dos planos supostamente seria solucionada pela compra de uma esperança fajuta, mas agora nada mais resta. Ironicamente, como tem que ser, há um vazio grande demais para que reste algum espaço para mim. Provavelmente vou me arrepender destas linhas dentro de dois dias, mas quase tudo parece incrivelmente distante de mim e eu realmente não acredito mais. E trapacear a transitividade de um verbo tão simples é minha forma de demonstrar a constante inconstância desta existência. Tudo parece reticências que jamais será vírgula ou ponto final. Não que exista uma vontade de finalizar um último parágrafo; não almejo sacrificar minha literatura. Também possuo alguma noção dos imprevistos, mas, de alguma forma, não parece haver próximo capítulo. Acho que estou realmente triste.

domingo, 11 de maio de 2014

Por algum motivo que desconheço, não há muito para lamentar neste dia 11 do tal quinto mês. Obviamente sei da minha imprevisibilidade de cada dia e da minha capacidade de brigar e fazer as pazes com quem quer que seja sem que esta pessoa o saiba, mas ainda sinto como se hoje não fosse eu. Vinte e dois parece pesar tanto e ao mesmo tempo nada. Admito que subtrai-lo por quinze não é exatamente agradável, mas eu não consigo evitar a auto-destruição. Continuo covarde, só que ainda pior. Ainda tenho um certo orgulho que de nada me serve e não pareço gostar de admitir não ser boa em muitas coisas. O que posso fazer? Hoje tinha que ser sobre mim. Com o afeto que poucos a mim reservam e a sorte que não muito me encontra, ainda tinha que ser eu. Não, não sei dizer o que quero. Acho que chorar basta. 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Hoje decidi admitir que senti vontade de chorar. Mais do que isso, achei que seria sensato reconhecer que sinto vontade de sentir vontade de chorar de vez em quando. Não tem nada com masoquismo, juro. Tem muito mais a ver com aquelas ilusões convincentes que me rodeiam quando pareço estar demasiadamente comigo mesma. Claro que não faz sentido. Claro que eu havia desejado um imenso campo ou mesmo uma praia. Não sou eu quem tudo inventa? Inventaria as mesmas paredes - ou a inexistência destas-, as luzes e o aroma. Ah! Você não sabe o quanto me custa esperar por tudo isto! Não creio ser capaz de prever o futuro, mas acredito no que sinto, tanto que estou escrevendo isto. Teria eu me esquecido dos prazeres de estar sozinha? Tão simples, tão leve, tão firme e certa, quase senti como se sempre tivesse pertencido à natureza. Até acreditei em algum tipo de reconhecimento e fui feliz por cogitar sem hesitações o que sequer me era permitido. Tive o atrevimento de me sentir especial e de ser minha amiga. Ousei descansar meus olhos sobre mim mesma por um período que pareceu me mostrar que, mesmo quando era criança, sabia o que seria. Parece tão cômodo se sentir tão bem, sabe? Me dá vontade de chorar.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Já pensava em comprovar a tal responsividade dela através da mais trivial conjunção quando, subitamente, percebi ter perdido o que há 3 minutos parecia ser o centro de tudo. Seria capaz de recobrar a mesma linha de emoção? Mais. Seria capaz até mesmo de sentir a umidade chegar às pontas dos cílios juntamente com a dramática tontura de sempre. As imagens, os sons e os cheiros todos embaçados por um segundo que recria uma década quase inexistente. Quando teria perdido o controle?
Claro que sabia da seriedade do assunto. Por qual outra razão o esconderia com tanta destreza? Se tudo sempre esteve bem ali, bem na superfície, por que meu instinto natural seria tentar fazê-lo imergir? O fato dos pontos de interrogação continuarem por aqui significa que ainda há algo que me pertence? Forçando ou não, dói. Não entendo como pode doer tanto, mas já que a indulgência é um dos sinônimos de mim, acredito ter permissão para gritar o quanto incomoda. Não, meu orgulho não me permitiria implorar por amor, mas, de alguma forma, cada palavra sua parece me tornar ainda mais irrelevante do que já sempre pensei ser.