quarta-feira, 24 de outubro de 2018

São 09:40 e isso é incomum. O dia também é fora do padrão. As atividades tampouco me parecem confortáveis, mas acho que algo deveria ter sido e não foi. Pode ser que hoje eu esteja confundindo este espaço com um diário ou apenas tenha ficado feliz. Semanas se passaram e eu perdi aquela sensação, porém essa possessividade provavelmente relacionada aos astros não me permite deixá-la. Preciso que dure. Algo me foi resgatado e dias jamais vividos são recordados enquanto eu faço um pouco as pazes comigo. Como pôde me fazer sentir saudades de mim mesma? Não estou habituada a gostar da minha própria companhia e aceitar o que sou. Há algo de clandestino nisso e não sei se deveria saber o motivo. Alguns anos foram reconquistados, algumas imagens relembradas, alguns pensamentos reavaliados. Seria possível reviver o que jamais ocorreu? Sigo aprendendo. 
O décimo terceiro dia de maio se foi e levou a contemplação que o antecedera juntamente com seus receios. Ou teria um período de letargia se iniciado como mecanismo de defesa? Talvez eu tenha observado a mim mesma evitando buscar alguma voz. Não quero ser a única a buscar.

Como saber com o que se importar? Seriam todos estes vínculos imaginários? Há fatos concretos de que alguém se importa, mas se não é normal controlar tudo e quase nenhuma resposta vem, como esquecer a ausência tão transparente e ao mesmo tempo tão cínica? Há datas e fotos. Há boa vontade. Há espontaneidade. Por que não há correspondência? Nunca quis ser a esposa de alguém cujas ações e localização são previsíveis. Haverá um meio-termo?